The everyday life in quilombola territories in Mato Grosso do Sul, Brazil: from isolation to multiple (re)existences

Authors

DOI:

https://doi.org/10.20435/inter.v22i2.2943

Keywords:

quilombola communities, territory, ethnic-racial studies, racism

Abstract

This article aims to problematize elements that characterize the everyday life of quilombola territories located in the State of Mato Grosso do Sul, in the Brazilian Midwest. In summary, we start from the perspective that quilombola communities represent significantly stigmatized spaces, in which the subjects who reside in them are victims of manifestations of racism and prejudice, in such a way that the State apparatus is unable to undertake strategies and public policies that support quilombola communities and the people who live in them. As a methodological subterfuge, this research used a qualitative and critical approach, in which interviews and participant observation processes were carried out in seven quilombola communities located in different municipalities in the State of Mato Grosso do Sul, Brazil. We noticed that quilombola territories are permeated by a very dual daily life: on the one hand, there is a reality of isolation and precariousness in life; on the other hand, there is a context of optimism by the quilombola communities, who undertake empowerment tactics, trying to value the history and culture of the territory, in addition to the desire to develop activities that make communities more dynamic. Without intending to exhaust the theme, this article ends by calling for quilombola communities to be considered potential and viable spaces for the manifestation of forms of life and existence that break with the homogenizing and Eurocentric logic.

Author Biographies

Dyego de Oliveira Arruda, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ)

Estágio de pós-doutorado no programa de pós-graduação em Administração (PPGAD) pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Doutorado em Administração de Organizações pela Universidade de São Paulo (USP). Mestrado em Administração pela UFMS. Graduação em Ciências Econômicas pela UFMS. Atualmente, é professor do quadro permanente do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), lecionando em cursos de graduação e no programa de pós-graduação (nível mestrado acadêmico) em Relações Étnico-Raciais (PPRER).

Milton Augusto Pasquotto Mariani, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Estágio de pós-doutorado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Doutorado em Geografia Humana pela USP. Mestrado em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Graduação em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Atualmente, é professor do quadro permanente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), lecionando em cursos de graduação e nos programas de pós-graduação em Administração (PPGAD) e Estudos Fronteiriços (PPGEF).

Gabriel Luis Pereira Nolasco, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Aluno de doutorado em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Mestrado e graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Atualmente, é integrante do laboratório de Psicologia da Saúde, Políticas da Cognição e da Subjetividade na UCDB.

Dayana de Oliveira Arruda, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Aluna de doutorado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul(UFMS). Graduação em Ciências Sociais pela UFMS. Atualmente, é integrante do Grupo de Estudos e de Investigação Acadêmica nos Referenciais Foucaultianos (GEIARF) na UFMS.

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Published

2021-09-15

How to Cite

Arruda, D. de O., Mariani, M. A. P., Nolasco, G. L. P., & Arruda, D. de O. (2021). The everyday life in quilombola territories in Mato Grosso do Sul, Brazil: from isolation to multiple (re)existences. Interações (Campo Grande), 22(2), 563–582. https://doi.org/10.20435/inter.v22i2.2943