Representações identitárias na cultura midiática – o lugar do estereótipo na produção humorística

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/inter.v21i4.2777

Palavras-chave:

Humor e Estereótipos, Programas Humorísticos, Cômico na Mídia, Humor Midiático.

Resumo

Partimos da compreensão de que as estratégias de produção usadas nos humorísticos exprimem identificações estereotipadas do contexto sociocultural em que é reproduzido. Não tomamos a ideia de identidade como estática, natural, mas como constantemente reinventada e investida de novos significados. Embora leve-se em conta que nem todos se encontram sob uma mesma linguagem cultural, as perspectivas indicam que, ao consumirem um produto midiático humorístico, os espectadores refletem um sistema de representação do mundo. A conclusão é a de que a tessitura dos processos comunicacionais envolvidos nessa relação depende de uma série de dispositivos que acionam repertórios de significados e perspectivas de vinculação social.

Biografia do Autor

Ricardo Pavan, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Jornalista, docente do Curso de Jornalismo e do PPGCOM da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás.

Referências

ALBERTI, Verena. O riso e o risível na história do pensamento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.

BACZKO, Bronislaw. Imaginação social. In: ENCICLOPÉDIA Einaudi. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985, p. 296-332. v. 5.

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Edunb/Hucitec, 2002.

BARTHES, Roland. Mitologias. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

BERGSON, Henri. O riso: ensaio sobre a significação da comicidade. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

BOSI, Eclea. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.

BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman (Org.). Uma história cultural do humor. Rio de Janeiro: Record, 2000.

BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. O homem cordial. In: OLIVEIRA, Paulo de Salles (org.). Metodologia das Ciências Humanas. São Paulo: Hucitec, 1998.

BURKE, Peter. Fronteiras do cômico nos primórdios da Itália moderna. In: BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman (Org.). Uma história cultural do humor. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 93-114.

DRIESSEN. Henk. Humor, riso e o campo: reflexões da antropologia. BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman (Org.). Uma história cultural do humor. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 251-75.

ECO, Umberto. Pós-escrito a O nome da rosa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

FERRARI, Maria Helena. Humor carioca como forma social. 1994. Tese (Doutorado em Comunicação) − Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 1994.

FONSECA, Joaquim da. Caricatura: a linguagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999.

FREUD, Sigmund. Os chistes e sua relação com o inconsciente. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1977.

GARCÍA CANCLINI, Néstor. A globalização imaginada. São Paulo: Iluminuras, 2003.

GUREVICH, Aaron. Bakhtin e sua teoria do carnaval. In: BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman (Org.). Uma história cultural do humor. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 83-92.

LE GOFF, Jacques. O riso na idade média. In: BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman (Org.). Uma história cultural do humor. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 65-82.

LUNARDELLI, Fatimarlei. Ô psit!: o cinema popular dos trapalhões. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1996.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.

MINOIS, Georges. História do riso e do escárnio. São Paulo: Unesp, 2003.

POSSENTI, Sírio. Humor e estereótipos femininos. [S.l], 2005. Disponível em: www.congressoaled2005.puc.cl/pdf/possenti.pdf. Acesso em: 10 jan. 2015.

POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguisticas das piadas. Campinas: Mercado das Letras, 1998.

PROPP, Vladimir. Comicidade e riso. São Paulo: Ática, 1992.

ROCHA, Simone Maria. A “mineiridade” em questão: do discurso mítico ao discurso midiático. 2003. Tese (Doutorado em Comunicação) − Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2003.

SALIBA, Elias Thomé. Raízes do riso: a representação humorística na história brasileira − da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

SALOMÃO, Mozahir. Jornalismo radiofônico e vinculação social. São Paulo: Annablume, 2003.

SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2007.

SIMÃO, José. No país da piada pronta. São Paulo: Editora do Bispo, 2007.

SKINNER, Quentin. Hobbes e a teoria clássica do riso. São Leopoldo (RS): Editora Unisinos, 2002.

SOUSA SANTOS, Boaventura de. Um discurso sobre as Ciências na transição para uma ciência pós-moderna. Estudos Avançados, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 46-71, 1988.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: TADEU DA SILVA, Tomaz (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. p. 7-72.

Downloads

Publicado

2020-10-30

Como Citar

Pavan, R. (2020). Representações identitárias na cultura midiática – o lugar do estereótipo na produção humorística. Interações (Campo Grande), 21(4), 753–764. https://doi.org/10.20435/inter.v21i4.2777